Santa Gianna nasceu em 1922, chamada Gianna Beretta. Seus pais tiveram 13 filhos, dos quais apenas 8 sobreviveram até a idade adulta. Nascida em uma família simples, Gianna consegue realizar um dos seus sonhos e estudar medicina. Apesar de estudar na grande cidade de Milão, ela sonhava em voltar para perto de onde nasceu, na cidade de Magenta, também ao norte da Itália. A futura santa se especializaria em pediatria e abriria seu consultório numa cidade próxima de Magenta, chamada Mêsero.
Gianna foi sempre uma mulher de enorme fé e disposta a viver essa fé, ou seja, viver na caridade e não para si mesma. Um de seus irmãos se tornaria um padre missionário aqui no Brasil, no Maranhão. Gianna sonhava em se mudar para cá, para perto de seu irmão, e trabalhar com os mais necessitados como pediatra. Os planos foram feitos, as conversas avançaram, mas a saúde de Gianna era frágil e seu bispo a convenceu a focar seus esforços mais perto de casa, sem precisar viajar para tão longe e ficar longe por tanto tempo. Ela, então, se dedicaria à caridade em comunidades carentes perto de casa mesmo.
Em 1954, ela conhece o engenheiro Pietro Molla e os dois se casam um ano depois. É um casamento feliz e uma época em que Gianna aprofunda sua compreensão da vida cristã no valor da família, do casamento e do sacrifício. Se ela havia sido impedida por sua frágil saúde de ser uma missionária, a família seria seu foco como exemplo de vida cristã. A santa, que sempre foi envolvida com o grupo “Ação Católica”, agora faria de sua vida um exemplo da verdadeira ação cristã, a família.
Gianna e Pietro tinham 3 filhos. Ela engravidaria pela quarta vez em meados de 1961. Sua saúde, no entanto, se debilita rápida e anormalmente. É descoberto um tumor em seu útero. Como médica, Gianna sabia o que isso significava. Ao consultar especialistas, fica confirmado que ela teria três opções: o aborto; uma histerectomia, que é uma operação para retirada do útero; e apenas a remoção do tumor na esperança de uma recuperação, sem sacrificar a criança. Sabendo das complicações que provavelmente passaria, Gianna faz seu marido prometer que, caso ele tivesse que fazer a escolha, ele escolheria a criança.
Gianna Molla registra seu sentimento dessa forma: “Sim, eu tenho rezado muito nestes últimos dias. Com fé e esperança eu me entrego ao Senhor. Eu creio em Deus, sim, e agora é meu dever completar minhas obrigações como mãe. Eu renovo ao Senhor a oferta da minha vida. Eu estou pronta para tudo; para salvar meu bebê”.
Gianna Emanuela nasceu saudável em 21 de abril de 1962, mas sua mãe sofria por sua escolha pela vida, com terríveis complicações pelo estado em que o tumor havia deixado seu útero. Abraçando livremente seu destino e a vida de sua filha, Gianna Molla morre uma semana depois.
Em 2004, São João Paulo II declara seu reconhecimento na santidade e a declara padroeira das mães, médicos e das crianças não-nascidas.
Foi a primeira vez em que um marido assistiu à canonização de sua falecida esposa. Além dele, seus filhos também testemunharam o reconhecimento do exemplo de sua mãe, inclusive Gianna Emmanuela, a filha por quem a santa se sacrificou de forma heróica. Filha essa, aliás, que seguiu os passos da mãe na medicina e chegou a dar seu testemunho no estádio do Maracanã, em 1997, para um emocionado Papa João Paulo II e uma multidão no Segundo Encontro Mundial das Famílias: “Mamãe querida, obrigado por ter me dado a vida duas vezes. Uma na concepção e outra quando permitiu que eu nascesse. Minha vida é uma busca para ser a continuação da sua, da sua alegria de viver, do seu entusiasmo e só encontra seu sentido pleno na luta e dedicação às vidas em maior sofrimento. Mamãe querida, continue a interceder por todas as mães e famílias que recorrem a você e em você confiam“.
Os milagre decisivos para sua canonização? Aconteceram exatamente aqui no Brasil. Um deles na diocese em que Santa Gianna sonhava em ajudar como missionária, no Maranhão. O outro foi em 2003, em Franca, quando Elisabete Arcolino Camparini, em sua quarta gravidez (Santa Gianna morreu após sua quarta gravidez), teve sérios problemas, com rompimento de sua placenta e perda do líquido amniótico. Os médicos diziam que só pioraria, ela perderia o filho e arriscaria a própria vida. Elisabete rezou pela intercessão de Gianna, decidiu não realizar o aborto e teve sua filha. O nascimento impressionou os médicos porque ela já não tinha líquido amniótico no momento do parto e a menina nasceu saudável e normalmente. O nome da menina? Gianna Maria, em homenagem à Santa Gianna Molla, um exemplo de mulher e de santidade.
Que possamos todos ter a força e a fé de andar pelo caminho certo, mesmo sob o risco de perder nossas vidas ou sob a tentação da saída mais fácil.
Santa Gianna Molla, rogai por nós!
Em Cristo, entregue à proteção da Virgem Maria,
um Papista