O penúltimo dito de Cristo antes de morrer na cruz, foi: “está consumado” (Jo 19,30).
Ele veio ao mundo para dar testemunho da verdade (Jo 18,37). A verdade se manifestaria plenamente através de Sua morte de cruz. A Cruz é o grande símbolo da verdade da missão do Senhor. Sem ela, o Senhor seria mais um profeta; sem a cruz, o Senhor, seria como os sábios ou líderes religiosos, com belas palavras, mas sem a solução definitiva para o problema humano. E a solução é a Cruz de Cristo!
Morrendo na Cruz, o Senhor entrega a Sua obra, o motivo de Sua vinda ao mundo. O anúncio do Evangelho, assim como os Sacramentos, recebem a sua força da Paixão e morte de cruz.
O principal ato de Cristo, aquele que dá testemunho do Seu infinito amor por nós, entretanto, não era o fim do plano de Deus. São Paulo nos ensina que a nossa salvação se completa apenas na Ressurreição (Rm 4,25). Desse modo, o que estava consumado?
O que se consumou foi um ato único, que vai da instituição da Eucaristia até o Sacrifício Pascal. De fato, eles são uma coisa só! Apenas na Cruz está consumada a instituição da Eucaristia. Ele bebe o Cálice do fruto da videira, o mesmo que Ele disse que só beberia quando o Reino viesse (Lc 22,18). Tendo bebido o Cálice da Consumação, tudo estava terminado.
A execução se torna um Sacrifício. Ao invés de animais em sacrifícios que nada resolviam, o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
Tendo consumado a instituição da Eucaristia, o Senhor jamais estaria longe de nós. Depois de Sua gloriosa Ascensão aos Céus, o Senhor continua entre nós. Ele está em todos os altares, em toda Missa. O que estava consumado é uma entrega como nós não podemos imaginar. Um Sacrifício libertador que agora é também um Sacramento. Um que nos possibilita viver a Lei.
A antiga lei é impossível de ser vivida ou nos salvar. É apenas entrando em comunhão com Cristo é que os Mandamentos (não as antigas leis de pureza), podem ser vividos. Não por nossos méritos, mas pelos de Cristo, que nos fortificam com virtudes que nós não conquistamos sozinhos.
Santo Agostinho disse que a Graça é dada para que a Lei possa ser mantida. Segundo ele, nós somos filhos da Graça e da misericórdia, filhos da Nova Aliança (O Espírito e a Letra – De Spiritu et Littera – cap. 12). A Graça de Deus nos fortalece através da Cruz, pois, como diz Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino confirma, é a Cruz que abastece os Sacramentos.
O que está consumado é a possibilidade de salvação na própria pessoa de Cristo eternamente em um Sacramento que nos auxilia a viver a fé. A Cruz é nossa fonte de poder, pois ali o Cordeiro se tornou, para sempre, a nossa Páscoa.
O Plano do Pai foi vivido até o fim pelo Filho. Vivamos a vontade de Deus com absoluta entrega. A Eucaristia será a nossa força.
Em Cristo, entregue à proteção da Virgem Maria,
um Papista